segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Luxo e lixo: duas faces da mesma moeda


Vamos analisar a história. Essa é uma matéria que eu adorava na época escolar, mas é uma pena só aprendermos a raciocinar só na faculdade, e pior ainda aprendermos a fazer conexões só depois da faculdade!
Vamos lá, o Colonialismo e as grandes navegações resultaram em desbravamento de novas terras que foram feitas para exploraçao de materias primas para enriquecer os países europeus. Havia um discurso bonito em que servia tão somente para camuflar o que realmente se queria: minérios para fazer sua riqueza em cima de quem era pobre, ou sequer se importava com riquesa. A cultura indígena, o saber construído por um povo, uma realidade criada, tudo isso foi sobreposto pela cultura européia. Homens estrangeiros vieram, fizeram dos nossos homens escravos e como se não bastasse, matavam e ainda traziam mais homens de outras terras e culturas para explorar, retirar tudo o que a terra tinha a oferecer. Enfim, matansa, cureldade, cobiça pela riqueza. Afinal de contas, não havia mais como explorar a Europa, que já tinha sido consumida e chegado a um ponto de partir para outros lugares, dominar povos e fazer riqueza. Certo, pegar todos os minérios extraido das terras e alavancar o desenvolvimento.
Hoje nós temos a Globalização, que assim como o colonialismo sobrepõe uma massa cultural que tem que ser aceita de forma acrítica e que exclui o saber cultural. Mas o que quero frisar aqui é o lixo. A cultura do lixo, que como afima Baumam em seu livro “Vidas Desperdiçadas”, o que temos hoje é um mundo que não tem mais para onde expandir e o interessante é que os mesmos locais que antes eram locais para serem explorados, hoje são locais destinados a depósitos de lixo. Não é somente lixo em matéria. Claro que ao afirmar isso todos se lembram até pouco tempo que um container francês com lixos veio parar aqui no Brasil, mas por mero acidente, não é mesmo? Na realidade, era para estar em outro local, pois na França não há locais para o lixo. Porém, vale lembrar que o lixo é tudo aquilo que é negligenciado, excretado e que não tem valor utilitário, o que Baumam chama de refugo humano. É... os homens também são como lixos de um país pobre para um país rico, eis o terrorismo!
Quero apontar que o discurso que os países usam para dominar os demais que sempre serão pobres, é o de que eles têm que consumir o que nos países ricos se consome, e que aos poucos irão um dia chegar a ser países desenvolvidos. MENTIRA, não irão. Hoje, países pobres continuam pobres porque são destinados a serem consumidores e também depositários de lixo que se produz em grande escala, em países que se dizem desenvolvidos. E quanto mais produção mais lixo, e quanto mais lixo menos espaço. O jeito é acabar com o excedente, e é claro que excedentes sempre são os que estão à margem do processo globalizado.
Concluindo, num primeiro momento se extrai e retira tudo o que pode. No segundo momento, deposita tudo o que sobrou de lixo dessa extração. O problema é do lixo ou de quem o produz?

2 comentários:

Cristiano Costa de Carvalho disse...

Associando tal fenômeno à barbárie:

A humanidade, porém, não está condenada inexoravelmente a essa barbárie. Alberto Einstein (1879-1955), Premio Nobel de Física/1921 e um dos maiores gênios da toda história, partiu de uma correta análise da barbárie e concluiu pela alternativa a ela:

[red]A anarquia econômica da sociedade capitalista, como existe atualmente, é na minha opinião, a verdadeira origem do mal. [...] O capital privado tende a concentrar-se em poucas mãos. O resultado [...] é uma oligarquia de capital privado cujo enorme poder não pode ser eficazmente controlado mesmo por uma sociedade política democraticamente organizada [...] Estou convencido de que só há uma forma de eliminar estes sérios males, nomeadamente através da constituição de uma economia socialista [...]. Nesta economia, os meios de produção são detidos pela própria sociedade e são utilizados de forma planejada. Uma economia planejada que adaptasse a produção às necessidades da comunidade e garantiria o sustento a todos os homens, mulheres e crianças [...].[red/]

A alternativa apontada por Einstein, o socialismo – transição para uma sociedade que seja capaz de garantir o livre desenvolvimento de cada indivíduo como condição par ao livre desenvolvimento de todos os indivíduos – não é uma utopia nem um sonho de teóricos. As suas bases objetivas foram preparadas pelo próprio desenvolvimento capitalista, e nisto reside mais uma contradição desse modo de produção: ao chegar á organização monopolista contemporânea, o capitalismo não apenas põe a humanidade no limiar de uma nova barbárie – também coloca as condições materiais para ser distribuído por uma forma societária superior e mais avançada. Com efeito, o desenvolvimento das forças produtivas, a elevação do caráter social da produção ao seu climas e o acumulo cientifico e técnico propiciados pelo capitalismo criaram objetivamente a base material que permite a supressão da ordem social engendrada por ele. Na atualidade, o socialismo é uma possibilidade, uma alternativa concreta aberta à humanidade.

De qualquer forma, a humanidade está diante de duas alternativas concretas, expressas numa formula clássica: socialismo ou barbárie. Trata-se de escolhas entre elas – e nós sabemos que a liberdade consiste precisamente na possibilidade de escolher entre alternativas concretas.

Bernardo Caldeira disse...

Iara:
www.dasindiferencas.blogspot.com