segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O homem não existe: Subvertendo Lacan


Lacan dizia “a mulher não existe”, sim há todo um arcabouço teórico para dizer sobre isso. E mulheres não se assustem!, essa frase tem muito relação com a questão inconsciente, e em toda obra lacaniana a questão da mulher é de alguma forma privilegiada.
Digo-lhes, porém, contrariando Lacan, que o homem não existe. Pois, a referência do que é ser um homem não há. Por mais que a sociedade diga, o pai transmita, o próprio sujeito inventa, toda vez que ele se encontra com a mulher (é... essa mesma que não existe, ou que ele não entende) o sujeito masculino se depara com seu ponto de não ser (no sentido de existir). Tudo o que inventaram de resposta para o macho não diz dele como homem, pode até dizer de outros homens, mas não dele! É interessante que esse é o ponto crucial que os homens se vêem, mas que também não querem mostrar jamais. Ali onde eles não sabem o que fazer com uma mulher, o ponto onde as técnicas, conselhos, saberes faltam é o próprio horror.
A mulher é o próprio horror encarnado em forma de gente. Daí fazer esse horror virar amor vai um longo percurso... Entretanto, esse horror da mulher traz em si também o mistério, já que apesar de ele se deparar com seu “não saber” do que fazer com essa figura na sua frente, há também algo que o fascina, que ele não saber bem delimitar o quê, mas que o encanta.
Difícil é para a mulher que quando vê o homem em sua frente ACREDITA que há um homem, mas, como diz Leoni “perto de uma mulher são só garotos". Nesse momento as mulheres reivindicam: “onde está o homem?”. Elas no seu papel mais conhecido vão reclamar que foram enganadas, que eles mentiram, não prestam, etc.
Talvez, e aí é uma opinião minha, a única coisa que existe é a mulher. Esse ponto que todos (seja homem ou mulher) se deparam com uma dúvida, um não saber que é feminino: “o que eu faço?”. O homem enquanto uma tentativa de ser homem, e a mulher... bom isso nem Freud conseguiu decifrar. Quem sabe o que ela seja é o seu desejo? (Em todos os possíveis sentido!)

3 comentários:

Unknown disse...

Ai I, acho que quero continuar acreditando que existe alguns perdidos por aí(mesmo que precisem ser lapidados...) quem sabe Papai Noel num traz um de presente pra mim.... rsrsrs...

Bernardo Caldeira disse...

C anda lendo o MD Magno e não tá me falando, hein...

Cristiano Costa de Carvalho disse...

Algo que andei pensando...

Não foi à toa que Adélia Prado disse que “erótico é a alma”. Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. A erótica não caminha segunda as direções da carne. Ela vive nos intestícios das palavras. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma. Por isso, Nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende casar: “ Continuarei a ter prazer com uma pessoa daqui a 30 anos?”