domingo, 19 de outubro de 2008

Assassinato por amor. O que fazer para continuar a viver?


É claro que mais uma vez a imprensa nos choca com uma notícia absurda. Notícias mais absurdas do que necessariamente a da bolsa de valores quebrando, são as que afetam o convívio do ser humano em geral. Com a bolsa de valores nós vamos ajeitando, vai se quebrando a cabeça e os países para tentar salvar. Só que sobre o ser humano, esse não se abala de vez em quando, nós convivemos com eles todos os dias e somos um deles, o que é pior. Não sabemos ao certo do que o homem é capaz. Primeiramente acompanhamos todo o drama da morte da criança que foi jogada pelo pai e a madrasta pela janela do apartamento. O Brasil parou naquela semana para acreditar que tudo o que estava sendo mostrado era verdade. Se pais realmente teriam a coragem de jogar uma criança pela janela. E provavelmente ficamos pasmos de que o que tudo indica sim, pais são capazes de matar seus próprios filhos. Agora mais uma vez estamos chocados, tentando saber informações para ter certeza de que o amor mata! Ou que pelo menos o fim dele é capaz de matar.
Sinceramente estou mais uma vez, como todo o país, chocada pela cena que acompanhamos semana passada. Não somente pela agressão, porque não podemos negar que ao longo da história a violência nunca deixou de existir. Mas sim, pela audácia que estão tendo as pessoas, dentre elas principalmente os jovens, para se munir da violência para fazer a vida não valer nada. Antes víamos guerras... mas havia um propósito em comum, uma nação soberana; ou vingavam a morte dos irmãos para honrar a família. Não que essas coisas justifiquem a violência, de forma alguma!!!! Só que havia aí um propósito, um certo valor moral, algo que as pessoas pudessem até saber o que fazer para não matar e nem serem mortas, já que se conhecia os valores. O valor de uma nação, o valor de uma família, a reputação. Tinha um valor por detrás das mortes. Hoje não. Não se sabe mais o que fazer para conter a fúria das pessoas. A qualquer hora pode vir alguém e matar pelo simples gosto de matar. Antes matava-se por um estilo de vida, hoje mata-se por não suportar nenhum estilo de vida que atrapalhe o individual. Se um cara mata por que quer usar droga, pouco se quer saber quem está matando! O que o cara quer é usar a droga, nem que para isso tenha que matar o sujeito e pegar a grana dele. O adolescente mata a namorada porque ela não quis mais o namoro, pouco se importa com a vida dela, o que importa é o bem estar dele! Isso é o que me assusta no mundo de hoje. Não sabemos nos defender porque não existe um valor regendo o nosso mundo. O que importa atualmente é: “EU ser feliz!” seja lá qual for a conseqüência.
É isso que nos assusta, é não sabermos mais o que fazer para lidar com essa falta de felicidade, de como nos proteger contra a felicidade do outro! Imagina, como agir para que as pessoas não fiquem frustradas? É, porque só assim para ele não me matar. E olhe lá, vai que isso não satisfaz e a felicidade dele é nos matar! O pior nem é só a questão da garota ser jovem, porque várias pessoas nessa faixa etária morrem seja no tráfico, em acidente, etc... mas é que o amor não é suficiente para salvar a sociedade. Esse amor mata, o amor violenta, o amor ultrapassa limites da boa convivência. É isso que nos surpreende neste caso! É o fato de que não amar mata, mas amar demasiadamente também. É uma certa frustração que nos faz perguntar: se nem o amor pode livrar alguém da morte, o que é nos resta então?
Bem, não sei ao certo... acredito que há a necessidade de revermos os valores ou a falta deles. Esse imperativo de sermos felizes custe o que custar: que custe seu saldo vermelho no banco com juros enormes, custe estar com um corpo belo pelas cirurgias plásticas, custe matar o outro por não te amar mais, custe o que custar. Acho que as LEIS mais do que em qualquer história da humanidade estão tendo que fazer cumprir leis sociais. Fazer com que essas pessoas aceitem viver menos felizes, porém continuar a viver!