quinta-feira, 28 de maio de 2009

Políticas Públicas


Gente, alguém se deu conta do quanto aumentou nesses últimos anos o número de políticas publicas ? você deve participar de alguma, será que não?
Estou na rede pública de saúde, e vejo o enorme número de política sendo implementadas uma atrás da outra. Me parece que é uma tentando dar conta do que as outras não deram conta, da lei que é insuficiente e o que é pior da corrupção que faz com que tenha sempre que haver mais e mais projetos para implementar a sociedade.
Na realidade é muito bom para os governantes, na minha opinião, na medida em que assim eles “mostram serviço” e nós aqui do outro lado acreditamos que isso é serviço. Acredito que um país sério que se atenha às questões dos cidadãos são aqueles que diminuem o número de políticas, já que as leis são seguidas, os órgãos fiscalizam e a população menos corrupta. Se esses pontos estivessem funcionando não haveria essa parafernália toda.
Eu disse acima população corrupta e não corrijo, porque acho que políticos eleitos são o retrato da sociedade que criamos. Furar fila é corrupção, pagar para fazer seu trabalhos é corrupção, e tudo isso ao qual vemos que de alguma forma burlamos para tirar proveito de alguma situação. É claro que sempre iremos ter um proveito nas situações, caso contrário não justifica fazê-las. Isso é um princípio psíquico, mas há uma diferença bem gritante daqueles que burlam as regras e daqueles que delas utilizam para se satisfazerem. Há ai a dimensão de certo sacrifício para atingirmos aquilo que queremos, ou seja, em nome de um proveito lá na gente nós perdemos um pouco no presente para ganhar no futuro. Nisso se baseia uma noção de sociedade em que cada um cede um pouco do seu prazer para continuar tendo algumas parcelas de prazer ao longo da vida.
Retomando sobre as políticas públicas, o que vejo é o Estado tentando acabar com os problemas sociais, sendo que esses sempre vão demandar mais e mais. Principalmente aqueles que acham que mais necessitam ( não porque necessitem, mas porque assim se julgam). Vendo isso acho um rodeio sem fim em que não há implicação de cada individuo com a parte que lhe cabe para construir algo ao seu redor. Isso porque acredito que não seja por via de mais e mais políticas e sim de atitudes políticas, pois essas sim são o diferencial e estão relacionadas a uma ética pessoal. Tema para a próxima postagem!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O sujeito e os grupos


Fiquei o fim de semana pensando o que iria escrever no blog, porém nada veio à mente. Na realidade o pensamento só viria hoje de manhã quando ao ouvir sobre o sujeito em grupos eu percebi o quanto era importante esse fenômeno e debater sobre ele. Foi em uma palestra que participei do Domenico Consenza (por sinal bem interessante), mas não era exatamente o foco da discussão tratar de grupos. Mas acabou sendo o meu foco.

Antigamente haviam grupos, e sempre ouve grupos. Pois esses são uma de nossas formas de relacionamentos. E se navegar é preciso, relacionar-se então muito mais. Os grupos fomentam discussões, opiniões diversas, contraposições, etc. Mas pensando no mundo hoje, o que são grupos? São meros agrupamentos de pessoas com mesmas opiniões. Observo os grupos de sites de relacionamentos e/ou de adolescentes, e o que se vê são pessoas cada vez mais alienadas nas suas próprias características. Há um agrupamento de pessoas que se identificam com uma certa nomenclatura e ali se encerra. Assim como: bulímica, anoréxica, depressiva, maníaca e por aí vai.

Não contraponho aqui que deixem de existir esses grupos. De qualquer forma há uma interação mínima que seja. Só que mais uma vez perguntarei: onde está o singular? Onde ele pode aparecer sem que seja pela via do tudo igual? Falo isso até em instituições mesmo, num pensamento cada vez mais consistente que encerra ali um modo de agir de determinadas empresas. É interessante porque por detrás dessa fala de “somos todos iguais com os mesmo direitos e deveres” o que há é um imperativo: “Faça! E faça desse jeito!”, que governa e limita o que há de mais criativo de cada um, que é lidar com as situações adversas.


Bom fica aí mais um tema para instigar a observação de vocês.

sábado, 16 de maio de 2009

Qual a diferença da Psicologia e da Autoajuda?


Por mais que algumas pessoas saibam que psicologia não é autoajuda, ainda vemos nas prateleiras muitos textos de autoajuda dentre os livros de psicologia. Isso reflete o que a grande maioria das pessoas pensam em relação à psicologia.

O pensamento vigente sobre o conceito de psicologia é o mesmo que opinião, ou uma fórmula sobre determinada situação e/ou comportamento. Como se o comportamento fosse algo da ordem do Universal, uma solução só para todos. Será mesmo que você vai no psicólogo para ter uma opinião do Outro sendo o vivente é você? As soluções da ordem do igual fazem das pessoas mais iguais, mais um no mundo. Bion, um grande estudante dos grupos, falava que o sujeito se insere na sociedade e em pequenos grupos não para ser igual a eles, mas sim para ser reconhecido na sua particularidade. Ou seja, numa análise, numa psicoterapia a pessoa vai querendo algo que do mais intimo dela apareça. E que com certeza se ela quer que apareça é porque ela ficou igual aos demais, respondendo ao que os outros esperavam que ela fizesse. Ainda que isso não seja tão consciente, ela se incomoda e sabe que no fundo há algo que não está tão bem.

Não que a psicologia também vai fazer todo mundo ser feliz. A felicidade não é a ausência de mal estar, e sim o trabalho que se cria todos os dias para não viver somente no sofrimento. Isso dá outro texto... quem sabe o próximo diga algo mais sobre isso.